Às vezes tenho saudades.
Nunca fomos perfeitos. E olhando para trás vejo que cada dia era uma batalha. Olhávamos a vida de perspectivas diferentes. Não tínhamos os mesmos objectivos, não pensávamos da mesma forma.
Éramos simplesmente duas pessoas. Nem sei bem se estávamos apaixonados. Talvez amássemos a ideia que tínhamos um do outro, ideia essa que provavelmente não era totalmente real.
Não éramos almas gémeas mas fomos felizes um com o outro.
Lembro-me de estar contigo e pensar que não havia problema algum que me pudesse arrancar o sorriso dos lábios. Lembro-me de me perder nos teus braços e não ter vontade de me encontrar novamente.
Lembro-me que me ouvias, me lias a alma com o olhar e apaziguavas as minhas incertezas.
Lembro-me que te preocupavas.
… E tenho saudades.
Tenho saudades de ter uns braços onde me enroscar mas também daquilo que sei que te fazia sentir.
Tenho saudades de estar lá para ti. De te poder ouvir, de poder conhecer os recantos da tua alma e as duvidas que sombreavam o teu olhar.
Talvez não fosse amor, talvez nada mais tenha sido que um erro, mas…
…Tenho saudades de ti.
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(E sinto-me uma parva por isso porque há muito tempo que desenlaçaste os nossos caminhos; porque sei que não precisas de mim como gostaria que precisasses; porque sei que estou a ter saudades de uma ilusão… Mas… apesar de o saber, continuo com saudades…)